quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

Dudzicopa 26 - Desvios que decidem

O vigésimo quinto dia da Copa do Mundo me fez pensar em pequenos desvios. Não de trânsito, nem de septo, mas sim de chutes desviados que se transformam em gols e grandes chances. 

Os dois da França hoje vieram assim. 

Depois do jogo terminado é meio que tanto faz, mas eu queria pegar nesse ponto porque o desvio quebra muita coisa. O desvio não é calculado, nem pra quem chuta, nem pra quem defende. Então é um fator de imprevisibilidade tal qual um drible, uma finta, um pé que bate no outro, uma bola que para na poça d'água, uma espalmada do goleiro ou um erro não forçado. 

Agora tal qual um drible, uma finta e um chute errado há condições que podem ser criadas para que um desvio possa ser determinante. A saber... Atacar com muita gente, obrigar o adversário a recuar, chutar a gol, etc. 

Enquanto escrevia isso me lembrei da Copa de Mundo de 2018. Naquela Copa eu me lembro que houve muitos gols a partir de desvios e bloqueios dos jogadores. Até revi todos os gols do Mundial pra ver se estava equivocado. Não estava. Seguem:

- Bola desviada em Cionek (POL), vira gol de Senegal

- Dzyuba (RUS) contra Egito

- Diego Costa (ESP) contra Irã

- Mbappé (FRA) contra Peru

- Kane (ING)  contra Panamá

- Bola desviada em Cheryshev (RUS) vira gol da Inglaterra

- Bola desviada em Meriah (TUN) vira gol do Panamá 

- Jorgensen (DIN) contra Croácia

- Mandzukic (CRO) contra Dinamarca

- Fosberg (SUE) contra Suíça

Em muitos desses gols as situações eram de marcadores muito próximos ao próprio gol ou de atletas sem a postura corporal adequada para bloquear chutes, sendo apenas capazes de desviá-los (sim, tem gente estudando isso). 

Então volto para a questão marroquina. Como é um time muito aguerrido, que marca com muita gente, natural que em vários lances haja um mar de camisetas de Marrocos se jogando para tirar a bola. O esforço é louvável e deve ser exaltado, mas hoje facilitou as coisas para a França.... 

Era caso de não tentar desviar? Claro que não. 
Mas talvez uma melhor execução para tentar defender mais à frente pudesse gerar situações mais difíceis para desvios determinantes.

Não é uma simples escolha, mas vale o alerta sobre recuar demais para marcar. 
E vale o alerta que num dia diferente esses dois desvios aqui poderiam cair em outros pés: 






E esse aqui poderia ter sido gol... 




Acasos, ocasos e o caos do futebol. 

Segue adiante a França. 

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