quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

O arrumado e perigoso Libertad

O Palmeiras terá na noite de hoje o seu maior desafio na fase de grupos da Libertadores 2013. A partida em Asunción contra o Libertad será um grande teste. A equipe paraguaia é muito bem arrumada e treinada por Rubén Israel. O time constantamente chega às fases finais do maior torneio do continente e sabe muito bem como atuar no seu britânico 4-4-2.




 Exemplo das linhas de quatro que não são lá tão rígidas. Samúdio sobe quando vê que está bem coberto. Velázquez e Nuñez apertam a saída e Guiñazu e Aquino prontos para o bote alto.

Quando a bola passa da primeira linha de quatro, os integrantes da segunda estão atentos ao desarme. Moreira sai lá de trás para cobrir Mendieta na intermediária. 

Outro exemplo da marcação "adaptável" do Libertad. Samudio acompanha o meia ofensivo do Tigre e fica atrás de Mencia, que é o dono da lateral esquerda. 


No ataque

Com a bola o Libertad não é de esperar muito para definir a jogada. Depois de recuperá-la os meias centrais Aquino e Guiñazu procuram ou o passe longo para os atacantes ou a jogada aberta pelos lados do campo. Foi assim que saiu o primeiro gol contra o Tigre: Mendieta é lançado em velocidade nas costas da zaga....

... Na sequência ele joga com Velázquez aberto e entra na área para concluir. O lance termina com a cabeçada de Nuñez, a bola na mão do zagueiro e o gol de pênalti de Aquino. 


Para hoje


No jogo de hoje a compactação das duas linhas de quatro deve ser um desafio ao futebol da linha de três meias do Palmeiras; Souza, Wesley e Patrick Vieira. Os três terão que se desdobrar para fugir do combate de Aquino e Guiñazu e driblar a falta de espaço provocada pela aproximação entre Mendieta e Moreira e Samudio e Mencia.  

Uma saída poderia ser o avanço dos volantes, mas nem Márcio Araújo, nem Vilson são afeitos à tarefa. Desta forma, Vinícius é o único que pode dar um  escape ao Verdão. Isto é, desde que se movimente bastante e acerte o momento da troca de passes com os meias. 

Na defesa, por sua vez, Marcelo Oliveira e Weldinho terão que ficar bastante atentos para as bolas enfiadas na diagonal e para o avanço duplo, quando Nuñez cair por um dos dois lados. Maurício Ramos e Henrique devem marcar bem Velázquez. O grandalhão é artilheiro e costuma ser o alvo da bola área. 


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Ganso atacante? Por que não?

O técnico Ney Franco anunciou: na quarta-feira, contra o São Caetano, o São Paulo será Paulo Henrique Ganso mais dez.

Apesar da empolgação generalizada com o gol da vitória contra o Ituano, Ganso ser titular é algo inesperado. Ou no mínimo incoerente. Na semana passada, após a derrota para o Atlético Mineiro, Ney disse na coletiva de imprensa que não mudaria o esquema tático e que Douglas era  titular e dono da posição de atacante aberto pela direita no 4-2-3-1 tricolor.

Sem poder contar com Paulo Miranda, Douglas jogou na lateral direita no sábado e Aloísio foi o dono do posto de atacante aberto por aquele lado. Ganso entrou no fim do jogo, mas não guardou posição, fazendo parte unicamente do abafa. Mesmo assim o técnico tentará uma vez mais encaixar o talentoso, mas lento e nada intenso, meia na equipe. Resta novamente a dúvida: onde ele jogará?

Há boatos de que Jadson será poupado. Não creio. Ney Franco destacou nos últimos dias a necessidade de usar o Paulista para montar o time para a Libertadores. Nesta linha de raciocínio, deslocar novamente o camisa 10 para a direita seria dar um passo pra trás em algo que vem funcionando muito bem. Da mesma forma, Osvaldo também já foi testado por ali e pouco rendeu, o que seria outro passo para trás. Resta a faixa direita do gramado para Ganso. Não tenho ideia do que se passa na cabeça do treinador, mas pode funcionar. Principalmente se Ganso jogar mais à frente.

Por incrível que pareça, os melhores momentos do camisa 8 do São Paulo foram jogando mais perto da área e longe da faixa de armação. Foi assim que ele marcou contra o Atlético Sorocaba, foi assim que ele rendeu contra o Guarani - quando o time tinha um a menos e ele foi uma espécie de pivô - e foi assim contra o Ituano, quando ele entrou na área para finalizar. Ganso atacante? Por que não? Com a mobilidade reduzida, esta pode ser a melhor faixa de jogo para o atleta: pouco campo pra correr e pouca necessidade de marcar. É claro que isso afetaria o sistema defensivo do time, razão pela qual algumas adaptações devem ser feitas.

Uma delas, neste devaneio de expectativas, análises e nenhuma ideia do que será feito, poderia ser a seguinte:

Com a bola 4-2-3-1 tendo Ganso mais por dentro. Sem ela, um 4-1-4-1, com Ganso ocupando a faixa do meio de campo, Jadson recuando para fazer a marcação no meio e Wellington correndo para ocupar o lado direito. (Douglas ocuparia a vaga de Paulo Miranda)

Mas, talvez Ney não tenha essa opinião. No programa Bem Amigos desta segunda-feira ele deu a entender que Jadson é o homem da chegada à frente e que Ganso se dá bem pegando a bola de trás. Se ele ainda pensar em Ganso mais recuado, pode colocar o camisa 8 como uma espécie de segundo volante. Evidentemente que isso acarretaria problemas defensivos, razão pela qual um esquema com três zagueiros poderia ser uma boa. Ney Franco montaria um misto de 4-2-3-1 com 3-5-2. 

4-2-3-1 para 3-5-2. Com a bola Tolói é lateral e Douglas é ponta direita, com Ganso pegando a bola próximo aos volantes e tendo Jadson ao lado para a troca de passes. Sem a bola, Tolói entra na área, Lúcio passa para a sobra e Rhodolfo pro lado esquerdo. 

São duas possibilidades sobre o que ninguém ainda descobriu: como Ganso pode ser útil, sem atrapalhar o time e usando toda a sua técnica e genialidade.