segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Os mistérios da "Pré-Libertadores"

Trinta e sete dos 38 times da Copa Libertadores 2013 já estão definidos. Momento de os principais clubes do continente pensarem na disputa do ano que vem, principalmente os que começam o ano "antes", ou seja, os que vão jogar a primeira fase da Libertadores, mais conhecida como Pré-Libertadores. 

São eles: Tigre, Grêmio, Tolima, León-MEX, São Paulo, Deportes Iquique, Universidad César Vallejo, LDU Quito, Defensor Sporting, Olimpia, Deportivo Anzoátegui e o vencedor do jogo entre Bolívar x Oriente Petrolero, que ocorre na próxima quarta-feira. 

Os confrontos ainda não estão definidos, mas já é possível ter uma ideia das possibilidades. Pelos critérios da Conmebol as seis associações - cinco no caso de o Brasil ter ficado entre elas, já que tem dois times - que tiveram melhor desempenho na última Libertadores ficam de um lado da chave, enquanto as piores do outro. Em 2012 os melhores foram: Brasil (campeão), Argentina (vice), Chile (semifinalista), Paraguai (quadrifinalista) e Equador (ficou nas oitavas, mas teve um time com mais pontos que os demais). Os representantes de 2013 destes países ficam dum lado da chave, enquanto os de Venezuela, México, Colômbia, Peru, Uruguai e Bolívia ficam do outro. 

Desta forma temos a seguinte configuração:


Lado 1 da "Pré-Libertadores": Grêmio, São Paulo, Tigre-ARG, Deportes Iquique-CHI, LDU Quito-EQU e Olimpia-PAR 


Lado 2 da "Pré-Libertadores": Tolima-COL, León-MEX, U.César Vallejo-PER, Defensor Sporting-URU, Dep. Anzoátegui-VEN e Vencedor de Bolívar x Oriente Petrolero

Ou seja, times do Lado 1 jogam contra times do Lado 2 mediante sorteio de confrontos e mandos. Em outras palavras, no dia 21 deste mês saberemos exatamente quem enfrenta quem e quem manda o segundo jogo em casa. No momento o que de fato dá para saber é: 

1- Grêmio e São Paulo escaparam das pedreiras Tigre, LDU e Olimpia 

2- Os dois, no entanto, podem pegar o Tolima, algoz corintiano na Pré-Libertadores de 2011.

3- Os brasileiros também podem subir a serra para jogar contra o Bolívar ou viajar quilômetros para enfrentar o León do México.

4- Se Grêmio e São Paulo avançarem podem entrar nos grupos dos brasileiros, independentemente deles serem cabeças de chave. Ou seja, é possível Palmeiras e São Paulo e Corinthians e Grêmio se enfrentarem nos grupos, por exemplo. A única coisa que não ocorrerá é três brasileiros no mesmo grupo. 

Passada a Pré-Libertadores a Libertadores terá todos os seus grupos definidos. Sobre isso linko aqui o post do colega Mário Marra com os possíveis chaveamentos. Pode acontecer um Vélez, U.de Chile, Atlético-MG e São Paulo, por exemplo... :

Chaveamento Libertadores 2013 

PS: Agradecimento especial ao jornalista Paco Fernández, que esclareceu muitas dúvidas sobre o tema. Vale segui-lo @PacoFernndez1



domingo, 16 de dezembro de 2012

Uma vitória para o futebol brasileiro

As convenções estão aí. As frases feitas nos perseguem dia a dia. Não poderia ser diferente no futebol. O clichê nos engole e nós nem percebemos.

O Corinthians acaba de ser campeão mundial após grande atuação contra um gigante europeu. Foi melhor. Foi superior. Fez algo que ninguém fez desde, talvez, 1993, quando o São Paulo jogou de igual para igual com o Milan e venceu. E mesmo assim nós somos engolidos pela papagaiada, pela besteirada, pelo clichê de que o Corinthians venceu pelo "coração", pela "torcida", pela "paixão", pela "vontade de calar os críticos". Não. Não foi por isso. Torcida entra em campo sim. Paixão conta. Entrega conta demais, demais! Mas não foi isso que o Corinthians fez.

O Corinthians ganhou na bola. Ganhou na tática. Na aplicação e habilidade de seus jogadores. A composição com e sem a bola. Os movimentos de transição, a chegada à frente com velocidade, a estratégia de ter um pivô na frente, o elemento surpresa Paulinho, que parece" imarcável"... Ganhou por causa disso. Porque Tite foi gênio na aplicação de seus conceitos e seus jogadores foram humildes o suficiente para entender que essa maneira "europeizada", com ênfase em tática e posições em detrimento da liberdade e da técnica, era a ideal.

Não corintiano, não torcedor rival: não foi sofrido. Não corintiano, não torcedor rival: o Corinthians não é mais ou menos odiado do que os demais. Não corintiano, não torcedor rival: sua paixão não é diferente da dele. Não foi sorte e não foi coração. O Corinthians jogou um futebol de primeiríssimo nível, de equipe que disputaria uma Champions League sem problema. O Corinthians jogou futebol de verdade, além dos clichês da entrega, da malemolência, da malandragi brasileira.

É uma vitória histórica. Não pela "favela", pelos "humildes", pelos "antis" e toda essa besteirada. Histórica por causa do futebol.