sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A torcida que tem um time

"Os outros times têm uma torcida. O Corinthians é uma torcida que tem um time".

Conhecida nacionalmente, a frase - motivo de orgulho para grande parte dos corintianos - nunca fez tanto sentido quanto nesta última semana. A Gaviões da Fiel simplesmente decidiu que era ela a encarregada de cuidar para que o clube não se desviasse do caminho do título. Eo "diferenciado" presidente Andrés Sanchez deixou.

Não que ele tivesse muita opção. Afinal de contas, desde que chegou ao comando do Timão o dirigente só joga para a torcida e capitaliza sua reputação e feitos essencialmente por causa dela. O problema é que a coisa virou uma palhaçada sem tamanho, digna de vergonha para qualquer torcedor um pouco mais crítico do time do povo.

O que começou de maneira civilizada - embora com motivação e praticidade bastante torpes -, com a torcida cobrando atitude de seus jogadores em meio ao treinamento, cresceu para a absurda demissão do treinador Adílson Batista e teve ápice hoje, com o pedido do atacante Souza de desligamento do clube. Tudo porque a torcida elegeu que esses eram os vilões da vez.

E nisso tudo onde estava o presidente Andrés Sanchez, responsável pelo maior patrocínio da história do futebol brasileiro, da sensacional aquisição de Ronaldo Fenômeno, da volta das glórias à equipe de Pq. São Jorge e em breve do sonho do estádio próprio? Não se sabe... Uma vez mais se isentou de proteger seus atletas e a instituição porque, afinal de contas, a instituição nada representa perto dos donos dela, os torcedores "organizados".

Em uma semana a torcida que tem um time - e nesse caso a torcida organizada e não a torcida do Corinthians - acabou com seu próprio time.

De volta às notícias, Tite deve chegar segunda-feira... Pra quê?