segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Duelo de efetividade

A Universidad de Chile encara o São Paulo nesta quarta-feira pela partida de ida das quartas de final da Copa Sul-Americana. O jogo é importante para as duas equipes. De um lado, La U precisa vencer para seguir na competição e, quem sabe, salvar o semestre. Do outro, o tricolor procura a vaga na Libertadores e tenta um título para sua torcida, que não sabe o que é levantar uma taça desde 2008. A fase do São Paulo é melhor: Ney Franco acertou o time e pouco a pouco o coletivo tricolor vai rendendo mais e mais. A sequência de La U, por sua vez, é péssima. O desmanche ocorrido após a Libertadores deixou o time ainda mais fraco, colocando esta como a pior equipe dos chilenos desde o segundo semestre de 2012. Mais que isso os resultados começaram a rarear e La U só passou pelo Emelec por uma falha individual dos equatorianos, já que por boa parte do jogo os Eléctricos foram melhores. 

Mais do que grandes objetivos, no entanto, o confronto promete ser aberto e com boa quantidade de gols e emoções. O fator primordial está na vocação ofensiva das duas equipes e na disposição tática pra lá de franca de ambas. Neste confronto La U tem uma pequena vantagem. Primeiro porque joga no seu 3-4-3 desde 2011. Segundo porque seus atletas são mais versáteis e tem vocação tanto ofensiva quanto defensiva, algo ausente em algumas peças deste São Paulo. Terceiro porque a Universidad de Chile deve vir com time completo, enquanto o tricolor estará desfalcado de Luís Fabiano e Paulo Miranda. Dito isto, o jogo deverá se concentrar principalmente pelas laterais do campo:

La U no 3-4-3 e São Paulo no 4-2-3-1. Jogo dos chilenos é sempre baseado nos flancos, com Mena e Lorenzetti pela esquerda e Rodriguez e Ubilla pela direita. No meio, Aranguiz e Marino distribuem o jogo sempre procurando seus companheiros mais agudos. 

Se os paulistas jogarem com Douglas no lugar de Paulo Miranda e Cortez do outro lado correm sérios riscos de tomarem um vareio no setor defensivo, uma vez que nenhum dos dois sabe marcar adequadamente e nem Osvaldo, nem Lucas acompanham os laterais adversários com a constância que deveriam. 

É claro que existe a contrapartida. Com dois homens velozes abertos, o São Paulo pode ter o contra-ataque a seu bel prazer nas costas dos alas, caso consiga roubar a bola lá atrás. Além disso, o meio campo dos chilenos é pouco combativo, o que permite a Jádson e Denílson atuarem com certa tranquilidade pelo setor. Mesmo assim este é um jogo perigoso, onde ganhará quem errar menos. Pelos fatores já supracitados e por jogar em casa, pode ser que La U seja beneficiada nesse "mata-mata". 

Por outro lado, o São Paulo tem alternativas. Uma delas seria a improvisação de Wellington na lateral direita, o que garantiria segurança por ali: 


Com Wellington improvisado, São Paulo freia o lado esquerdo azule e tem em Maicon mais uma opção para lançamentos longos nas costas dos alas chilenos ou então em Paulo Assunção um homem mais marcador. 

Além dessa alternativa, Ney Franco pode tentar fazer com que Lucas e Osvaldo acompanhem sempre os alas chilenos, o que daria uma vantagem muito grande ao tricolor. La U por sua vez, pode tentar o jogo pelo centro, com Aranguiz, que chega muito bem ao ataque. Resta saber quem leva a melhor no confronto com Denílson. 

Por fim, a Universidad de Chile tem mais uma variação tática que pode entrar em campo, justamente a que foi utilizada na derrota para o Santos pela Recopa. Nela o time se molda em um 4-1-4-1 com muita compactação e velocidade para chegar ao ataque. 

La U no 4-1-4-1 com Martinez de volante e Rodriguez e Lorenzetti auxiliando na marcação. 

Nesta formatação La U perde força pelos lados, mas ganha em movimentação e chegada pelo centro, com Aranguiz e Marino livres para criar jogadas e acionar os três homens mais agudos. 

Em suma: tudo vai depender da efetividade de cada time na partida. Um ataque bem sucedido dos chilenos deixa os paulistas na obrigação de irem para cima e se exporem ao contra-ataque. Por outro lado um golpe bem achado pelo tricolor deixa La U desesperada e com obrigação de se abrir ainda mais. Vai ganhar "mais" quem errar menos.