quinta-feira, 29 de julho de 2010

Ranking Olheiros de Futebol de base - jul/2010

*Texto publicado originalmente no Olheiros.net

Internacional continua soberano na liderança; o Cruzeiro ultrapassou São Paulo e Grêmio e retomou a segunda colocação; o Corinthians, campeão mundial sub-18 na Espanha, subiu à sétima posição; Coritiba, campeão da Taça BH 2010, e Vitória, campeão da Copa Brasil Sub-15 de Londrina, são os novos integrantes do Top 10.

Estas são as principais novidades da atualização de julho do Ranking Olheiros das categorias de base, que chega a sua segunda edição neste ano com 135 integrantes, a inclusão da Copa 2 de Julho e o maior levantamento realizado no Brasil sobre o desempenho dos clubes nos campeonatos de base do país.

Confira a edição de julho do ranking

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Libertadores: Inter x SPFC - 1º jogo

O São Paulo foi ao Beira-Rio com uma única proposta de jogo: se defender para contra-atacar. Para tanto, Ricardo Gomes lançou novamente o time que havia se dado bem contra o Cruzeiro, no 4-3-2-1, com Richarlyson voltando para fazer o terceiro zagueiro.

1º Tempo

Na prática, no entanto, o que se viu foi só o defender. Sem nenhuma ação no sentido de golpear o adversário a equipe paulista ficou encolhida em seu campo e sofreu nas mãos do Inter, que armado em 4-2-3-1 fez valer a movimentação de seus meias e as subidas constantes de Kléber e principalmente Nei. Taison deitou e rolou para cima de Jean. Já Marlos e Dagoberto foram completamente inefetivos. Só jogaram com a bola nos pés, e mesmo assim bastante aquém do esperado. Sem ela, nem ajudaram a cobrir as subidas dos laterais e nem puxaram a marcação a fim de abrir espaços.

O São Paulo aguentou 45 minutos e mais 23 da segunda etapa sem dar um chute a gol decente. Quando Giuliano entrou no lugar de Andrézinho a coisa mudou de figura. Em um de seus primeiros lances, o camisa 11 recuou para buscar a bola - algo que Andrézinho e D'Alessandro não faziam -tocou o 1-2 com Alecsandro e mandou pra rede.

Ao Tricolor paulista restou o desespero de uma equipe que em 2010 nunca soube jogar no ataque. Com as entradas de Ricardo Oliveira e Cléber Santana o time foi para um 4-3-3, mas não conseguiu criar quase nada.

2º Tempo

Muitos dizem que perder só de 1 a 0 foi um bom resultado para o São Paulo. Correndo o risco de quebrar a cara, aposto que o time paulistano não conseguirá vencer no Morumbi. Pelo simples fato de não ter nenhuma vocação ofensiva senão o contra-ataque, este tão ausente nesta quarta-feira.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Três volantes que valem por zero

O São Paulo empatou com o Prudente, mas foi como se tivesse perdido. Que atuação deprimente do tricolor...

Depois de dois tropeços Ricardo Gomes abriu mão do 3-4-2-1, com Dagoberto e Marlos abertos pelos flancos para montar um ortodoxo 3-5-2, com três volantes no meio e dois alas.

A ideia era dar mais consistência defensiva, uma vez que no esquema utilizado nos jogos contra o Cruzeiro e no Brasileirão até ontem Marlos e Dagoberto pecavam demais por não recuar e ajudar na marcação. O resultado era Jean e Júnior César expostos o tempo todo no 2 x 1 - Egídio, do Vitória, que o diga.

Pois bem, ontem a ideia era ter mais pegada no meio, mas nada disso ocorreu. Seja por falta de vontade ou má fase, o fato é que Cléber Santana, Hernanes e até Rodrigo Souto foram nulos no desarme e péssimos na pressão. O resultado é que após o gol relâmpago do tricolor o Prudente teve espaço e pouco combate contra seus jogadores.

No segundo tempo o São Paulo foi pra cima querendo o gol e trabalhando bem a bola com seus três meio-campistas centrais. No entanto, Toninho Cecílio mexeu no time e começou a fazer uma blitz nos três, o que minou os esforços. Restou ao São Paulo abrir o jogo pelos lados, mas de nada adiantou... Júnior César fez jornada pífia, enquanto Jean não é ala, nem lateral, nem qualquer coisa parecida.

A se destacar também a péssima fase de Miranda. Acredito que desde a morte da irmã o zagueiro são paulino esteja abalado. Desatento, sem pique...

Ricardo Gomes deve cair logo mais e dizem que o mais cotado é um técnico jovem recém-demitido. Ou é Leonardo ou é Dunga...

Aguardemos.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Ronaldinho Gaúcho fora do mapa

Depois da vertiginosa queda futebolística de 2006 pra cá, Ronaldinho Gaúcho também está em crise no futebol amador.

Outrora presença garantida nos amistosos de começo e fim de temporada, o time dos amigos de Ronaldinho foi rebaixado ao segundo escalão do futebol de (ex) estrelas e em 2010 se encontra fora do mapa.

Neste ano os amigos de Messi, tradicionais rivais dos amigos de Ronaldinho, jogaram contra o combinado de estrelas do resto do mundo e venceram - 6 a 4. Não bastasse essa alteração na ordem do futebol de churrasco, eis que agora Messi está escalado para a partida dos Amigos de Deco, em Indaiatuba, no próximo domingo.

Ronaldinho? Nada... Só na preparação do Milan para a temporada 2010/11.

Triste, triste fim para o Gaúcho...


quarta-feira, 14 de julho de 2010

Meninos da Copa

*Texto publicado originalmente no Olheiros.net

A Copa do Mundo de 2010 acabou, mas certamente será lembrada ainda por muito tempo. O Mundial da conquista inédita espanhola, da África do Sul "no mapa", dos craques ausentes, da ressureição uruguaia, da Alemanha que joga como Holanda e da Holanda que joga como Alemanha, também foi o Mundial dos jovens talentos.

E não foram só os alemães com sua renovação, em parte forçada e em parte planejada, que encantaram no continente africano. Ganeses, espanhóis, holandeses, uruguaios, mexicanos e até sul-coreanos demonstraram que já têm em processo de maturação os prováveis grandes jogadores de amanhã.

Como Copa do Mundo é a principal época futebolística para tirarmos do armário nossas convicções e dar a cara a tapa com listas e mais listas, eis que apresento aqui a minha seleção dos jovens que foram bem no Mundial de 2010. Escalei o time em um 4-2-3-1 e coloquei apenas um atleta que estoura o limite de idade - por alguns meses, mas o leitor há de ser compreensivo com a falta de goleiros jovens no Mundial.

Vamos a ela:

1- Manuel Neuer - Alemanha - 24 anos

Titular da Alemanha na conquista do Europeu Sub-21 de 2009, Neuer sequer era cotado para terceiro goleiro da Alemanha no início de 2010. Mas eis que diante da trágica morte de Robert Enke e da contusão de René Adler, se tornou o camisa 1 da equipe alemã, desbancando os mais experientes Butt e Wiese. Logo na estreia espantou as desconfianças e terminou o Mundial com 6 partidas disputadas, dois gols sofridos, uma assistência para gol - Klose contra a Inglaterra - e atuações mais do que seguras na meta da Alemanha.

2- van der Wiel - Holanda - 22 anos

Eleito o melhor jogador jovem holandês da temporada 2009/10, logo após desbancar a concorrência e se tornar titular absoluto da Holanda nas eliminatórias, Gregory van der Wiel fez uma Copa do Mundo exemplar. Atacou pouco, é verdade, correu muito e defendeu com correção as subidas de Arjen Robben pelo lado direito do campo.

3- Jonathan Mensah - Gana - 20 anos

Zagueiro da equipe de Gana que faturou o Mundial Sub-20 no ano passado, Jonathan Mensah começou a Copa do Mundo como reserva e terminou como um dos melhores jogadores jovens do torneio. Bem nos desarmes e na bola aérea, deu poucas oportunidades para os adversários chegarem à meta defendida por Kingson.

4- Gerard Piqué - Espanha - 23 anos

Titular do Barcelona há duas temporadas, Gerard Piqué já é tão conhecido no mundo da bola que é difícil acreditar que ele só tem 23 anos. Fez uma Copa fantástica, com exceção do pênalti cometido na partida contra o Paraguai. Não fosse isso, certamente estaria na minha seleção principal do Mundial.

6- Fábio Coentrão - Portugal - 22 anos

"Ele acreditou em mim e fez de mim jogador". A frase de Coentrão se refere a Jorge Jesus Lopes, técnico do Benfica e o principal responsável pela excelente Copa do menino português. Foi Jesus quem disse a Fábio, winger esquerdo de origem, que ele seria lateral. No Mundial, Coentrão atacou e marcou com eficácia impressionante, sendo considerado por muitos o melhor da posição.

5- Sérgio Busquets - Espanha - 21 anos

Da série C espanhola a campeão do mundo em menos de dois anos. Além da espantosa evolução em tão pouco tempo, Busquets ainda foi o carregador de piano da Espanha e essencial para o título da Fúria. Eram dos pés dele que todas as bolas passavam para chegar aos maestros Xavi e Iniesta e eram dos pés dele que os adversários tentavam desviar, na maioria das vezes sem sucesso, para ameaçar o gol de Casillas.

7- Kevin Prince Boateng - Gana - 23 anos

Depois de ficar mundialmente conhecido como o "cara que quebrou o Ballack", Boateng mostrou que seu negócio é futebol. Principal opção da saída de bola de Gana, teve grandes atuações na campanha dos africanos, ora sendo segundo volante, ora invertendo com Kwadwo Asamoah e se tornando meia de ligação.

8- Thomas Müller - Alemanha - 20 anos

Em seis jogos ele fez cinco gols e deu três assistências. Não bastasse a incrível perfomance, Müller ainda se tornou o primeiro jogador da história das Copas do Mundo a ser o artilheiro do torneio e o melhor jogador jovem. E tudo isso, vale ressaltar, tendo participado de apenas um amistoso com a Alemanha antes do Mundial. Que estreia!

10- Mesut Özil - Alemanha - 21 anos

Bola de Ouro no Europeu Sub-21 de 2009, Mesut Özil assumiu na Copa a responsabilidade de ser o principal homem de criação da Alemanha. Cumpriu a função à risca e foi nomeado na lista final da Fifa para os concorrentes a melhor do Mundial. Nem mesmo a queda de rendimento diante de Espanha e Uruguai apagaram o grande torneio que Özil fez e o futuro brilhante que ainda o aguarda.

11- Pedro Rodríguez - Espanha - 22 anos

Com uma história muito parecida à de Busquets, Pedro também foi essencial na campanha espanhola. O baixinho jogou apenas 176 minutos, distribuídos em 5 jogos, mas foram suficientes para desbancar Fernando Torres nas duas partidas decisivas e mudar completamente a forma de jogo de sua equipe.

9- Luis Suárez - Uruguai - 23 anos

Não é um 9 propriamente dito, mas com sua movimentação incessante, habilidade e chutes precisos se tornou o homem-gol do Uruguai. Forlán fez um gol a mais do que ele, é verdade, mas a atuação do 10 da Celeste não teria sido possível sem a presença de Suárez lá na frente. Tem tudo pra brilhar em um grande centro europeu em breve.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Os melhores da Copa 2010


Todo mundo fez e eu também. Na imagem acima a minha seleção da Copa do Mundo 2010 e aqui alguns pitacos sobre os escolhidos.

1- Iker Casillas
Começou a Copa do Mundo sob enorme pressão. Muitos clamavam Pepe Reina em seu lugar. No entanto, a partir da segunda partida fechou o gol espanhol. Sua defesa de pênalti contra o Paraguai foi decisiva e a atuação na final digna de entrar nos livros da história do futebol.

2- Philip Lahm
O que era bom ficou melhor. Em 2006 Philip Lahm era um bom lateral-esquerdo. Hoje é um dos melhores laterais do mundo, em ambos os lados. Seu espírito de liderança também o colocaram em outro patamar após essa Copa.

3- Arne Friedrich
No auge da experiência e da técnica, Friedrich foi outro bom destaque da Alemanha: garantiu as coisas lá atrás em um time com dois volantes de saída de bola e um lateral que apóia bastante.

4- Carles Puyol
Raça dentro de campo e aplicação tática ao extremo. Ao lado de Piqué, Puyol contribuiu bastante para o estilo de jogo espanhol, subindo a marcação junto com os volantes e tirando o ataque adversário do jogo. Seu gol na semifinal foi simbólico para uma carreira de sucessos.

6- Fábio Coentrão
Em uma Copa de poucos grandes laterais-esquerdos, Coentrão se destacou fazendo o que todo bom lateral deveria fazer: ter timing nas subidas e coberturas. É jovem e tem tudo para crescer ainda mais de produção.

5- Diego Pérez
Um monstro na primeira volância uruguaia. O futebol bonito e as atuações pediriam um Xavi ou Iniesta por aqui, mas o fato é que nenhum dos dois atuou de volante na Copa, de forma que para mim Pérez foi o vencedor. Desarmes precisos, como o do gol contra a Alemanha, foram uma constante em toda a Copa.

7- Bastian Schweinsteiger
Ele era meia central, virou winger e agora, em sua segunda Copa, se firmou de vez como segundo volante. Rápido, inteligente e bom na marcação, Schweinsteiger foi o termômetro do time alemão no Mundial. Até por isso, quando a blitz espanhola minou sua saída de jogo a Alemanha fez sua pior partida na Copa.

11- Thomas Müller
Artilheiro e revelação da Copa sem nunca antes ter vestido a camisa da seleção principal alemã. Precisa de mais? Não é craque, mas sua velocidade, precisão nos passes e oportunismo o fizeram ser um dos melhores do Mundial.

10- Diego Forlán
Deslocado para a função de enganche, Diego Forlán fez uma Copa estupenda. Carregou o time uruguaio nas costas com movimentação, categoria e chutes precisos. De todos os jogadores foi o que mais "aprendeu" a bater na Jabulani. Merecedor do título de craque da Copa.

8- Wesley Sneijder
Por uma licença futebolística, Sneijder joga no meu time um pouco mais deslocado à esquerda, mas com a liberdade de movimentação que o consagrou no Mundial. Com consciência tática apurada e qualidade inegável, Sneijder foi o maestro holandês, dando ritmo e consistência ofensiva a um time que se privou de jogar "bonito".

9- David Villa
Não é centroavante de ofício, mas arrebentou na Copa do Mundo com seu oportunismo e técnica. Se tivesse marcado o pênalti contra Honduras seria artilheiro do Mundial. Ainda que não tenha marcado nas semis e na final, Villa foi essencial para que o esquema Tic Tac espanhol funcionasse com precisão.

Técnico: Oscar Tabárez
Vincente Del Bosque também seria merecedor do prêmio, mas o fato é que enquanto o espanhol pegou um time pronto por Aragonés e empregou seu estilo nele, Tabárez acertou o time na segunda rodada da Copa, no bico do corvo, por assim dizer. O mesmo time que havia ficado em quinto na Conmebol chegou ao quarto lugar do Mundial. E não foi só com a mexida de Forlán para enganche não. O sistema de marcação funcionou com 3 e com 4 zagueiros, Arévalo e Pérez foram quase perfeitos na destruição dos ataques adversários e Cavani, que era pra ser um "homem-gol", foi um monstro na parte tática, aliando saída rápida de bola com marcação pelo lado esquerdo.


Meus 11 reservas:

Ricardo; Maicon, Piqué, Mertesacker e Fucile; Busquets e Prince Boateng; Özil, Xavi e Iniesta; Luís Suárez


E a título de curiosidade, os 22 que escolhi na Copa de 2006:


Buffon; Zambrotta, Thuram, Cannavaro e Lahm; Maniche e Pirlo; Ballack, Zidane e Figo; Klose

Reservas
Dida; Ayala, Juan, Lúcio e Ricardo Carvalho; Gattuso e Vieira; Beckham, Riquelme e Cristiano Ronaldo; Ronaldo

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Voltas e revoltas do mundo da bola

Em 2002 chegava ao Manchester United um atacante uruguaio de sobrenome conhecido, mas que ainda era uma promessa: Diego Forlán.

Aos 23 anos, inadaptado à vida na Inglaterra e às pressões de jogar por um dos maiores clubes do planeta, Forlán virou "forlorn" - algo como miserável, abandonado na tradução direta do inglês.

Com apenas 17 gols em 95 aparições entre 2002 e 2004 - muito menos que os 74 marcados por Nilstelrooy no mesmo período - Diego parecia acabado para o futebol... Um novo Jordi Cruyff. E o Manchester acreditava nisso mesmo.

Em agosto de 2004 os Red Devils anunciaram a contratação de Wayne Rooney, grande promessa do Everton, e a saída de Forlán para o Villareal.

Mas o futebol tem dessas. Ontem, seis anos depois de sair pela porta dos fundos do Manchester, Diego Forlán foi eleito o craque da Copa. Merecedíssimo.

Em um Mundial em que todos esperavam muito dos badalados Cristiano Ronaldo, Lionel Messi, Kaká e do próprio Wayne Rooney, foi Forlán que nos lembrou a magia do craque.

O talento que encanta. A habilidade que arranca suspiros e sorrisos. A lembrança do que nossos antepassados chamavam de futebol arte.