segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

Dudzicopa 17 - Jogos imaginados e nunca jogados

O décimo sexto dia da Copa do Mundo me fez pensar em jogos que deixaram de acontecer. Sim, porque Brasil e Coreia do Sul deveria ter sido jogado como partida de 90, mas de fato acabou em 10 minutos. 



Deixe-me explicar melhor: não é que esteja anulando a vitória brasileira ou anulando o que aconteceu e sim que tudo o que poderia se imaginar para a partida não teve nem chance de ocorrer!

Antes de a bola rolar imaginei a seleção sul-coreana na defesa, frustrando os brasileiros com compactação e boa defesa da própria área, a exemplo do que havia ocorrido contra os uruguaios e em parte contra os portugueses.

Imaginei o Brasil trabalhando duro para conseguir fazer o que os outros adversários não conseguiram. E imaginei até uma possibilidade remota de haver uma surpreendente tomada de vantagem sul-coreana na bola parada, já que o time é alto e bom nesse tipo de jogada.

Não aconteceu. Nos tiraram essa possibilidade.  

Se estou sendo inadequado e colocando você nesse bolo, me desculpe. É que acho que mais gente queria ver a seleção brasileira sendo testada de verdade nas oitavas de final. Não rolou. 

A Coreia do Sul sucumbiu em 10 minutos em um misto de falta de concentração e combatividade, além de inspiração e intensidade da seleção brasileira. O atropelo brasileiro merece créditos, mas a fragilidade sul-coreana precisa ser colocada no pacote.

O segundo tempo foi de um não-jogo, no qual Neymar queria que Raphinha fizesse o gol dele e os sul-coreanos tentavam minimizar a tragédia e pouco mais. 

Não estranhem, mas achei frustrante. É porque minha torcida é pelos grandes jogos na Copa e não necessariamente por uma seleção. Tento repetir com o futebol de seleções o que faço no dia a dia com os clubes a fim de buscar um distanciamento e isenção. É por isso que lamento que a Coreia não tenha conseguido jogar. E é por isso que eu espero que a Croácia tenha mais cuidado e esteja mais ligada. Para que tenhamos um jogo interessante! 

Aliás, qualquer possibilidade disso me parece que passa pela capacidade de Modric, Kovacic e Brozovic ditarem os ritmos da partida. Os três conseguem controlar o jogo, acelerando e reduzindo a velocidade. Juntando e esticando as peças da Croácia no campo. Se eles não fizerem isso, já era. 


E mesmo que eles façam isso, pode não ser o bastante. O Japão fez um primeiro tempo muito bom contra eles a partir do movimento dos pontas (Doan e Kamada) de fora para dentro. Isso os permitiu jogar nas costas de Modric e Kovacic e à frente dos zagueiros croatas, gerando incertezas e linhas de passe promissoras. 

Como o Brasil vai abrir os pontas, esses espaços frágeis dos croatas poderão ser ocupados por Neymar e Paquetá, que têm mais capacidade ainda de fazer estragos. A ver como será a postura para forçar o jogo por dentro ou para o lado sem deixar o Brasil ganhar profundidade. De repente uma linha de 5 com o retorno de Perisic e dois atacantes apertando Thiago Silva e Casemiro na saída de bola, não sei... 

Espero que esse não seja outro jogo apenas imaginado! 

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