quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Dudzicopa 19 - La pausa

O décimo oitavo dia da Copa do Mundo foi o primeiro sem Copa do Mundo desde que ela começou. Enquanto muita gente ficou angustiada pela falta de jogos, eu confesso que fiquei aliviado. Não que não goste das partidas, pelo contrário, mas sim porque me parece bom ter uma pausa para absorver algumas coisas e pensar em outras. Do jeito que estávamos, para mim os jogos estavam se misturando uns nos outros, o que também impactou na minha capacidade de encantamento com alguns deles.

A pausa ajuda. 

E foi pensando na pausa e no tema para o texto de hoje que encontrei a pausa como tema para hoje.

Como assim? Bom, sem jogos nesta quarta-feira decidi ir atrás de alguns números da Copa do Mundo para ver se encontrava alguma coisa interessante. Foi aí que encontrei ele: Lionel Messi. Não que seja uma surpresa. A Copa do homem é muito boa. O que eu não esperava é que os números fossem tão bons para além dos 3 gols marcados até aqui.



De acordo com a plataforma Wyscout, Messi é na média por 90 minutos:

2º em participações esperadas em gols  (gols esperados + assistências esperadas), perdendo só de Mbappé.
4º em chutes a gol (está atrás de Rashford, Mbappé e Mskani)
6º em dribles  (atrás de Musiala, Di Maria, Mbappé, Neymar e Dembelé)
2º em passes em profundidade (atrás de Shaqiri)

Isso tudo com 412 minutos em campo, que é a maior marca entre os jogadores que não disputaram prorrogação na Copa do Mundo. Ou seja... Não é que foram poucos minutos e bons números nesses minutos e sim que mesmo com o desgaste de situações e partidas, Messi conseguiu essas marcas. Claro que há números não tão bons, mas me parece que dentro do que se espera de atacantes no Mundial, só Mbappé tem entregado mais. E o francês tem 23 anos, jogando num time mais bem estruturado. 

De posse desses números e interesse fui então buscar quanto Messe tem se movimentado nas partidas. 

Contra a Arábia Saudita foram 7,8 km, sendo 4,6 deles com velocidade entre 0 e 7km/h (caminhando)
Contra o México foram 8,4 km, sendo 4,9 deles caminhando
Diante da Polônia foram 8,2 km, sendo 4,7 caminhando
E contra a Austrália foram 8,5 km, com 4,7 caminhando. 

Para quem não se liga muito nesses números, normalmente os principais jogadores de uma partida passam de 11 km percorridos. 

Eu, no entanto, quebrei a cara porque fui atrás de outros craques e acabei vendo que La Pulga está na média. 

Mbappé nos jogos que fez correu 8,5 (4,2 andando), 8,1 (4,2 andando) e 7,7 (4,2 andando)
Neymar nos jogos que fez correu 8,4 (2,2 andando) e 7,9 (3,3 andando) 
Cristiano Ronaldo nos jogos que fez correu 8,2 (3,7 andando) e 8,2 (3,4 andando) 

Pensei em alguns outros 10/9,5 para comparar:

Gakpo correu 10,9 km (3,6 andando) contra os Estados Unidos
Bruno Fernandes fez 10,5 (3,5 andando) contra a Suíça
Modric fez 9,6 km, 9,8 km e 11,1 km na fase de grupos
Ziyech fez 9,8, 9,7 km e 7,7 km na fase de grupos

Nem fui atrás de Bellingham, Griezmann, algum japonês e outros porque certamente eles correm mais a cada jogo. 

Qual a conclusão tiramos de tudo isso? Conclusão mesmo nenhuma, mas vale pensar e lembrar que mais do que correr muito é preciso correr bem para decidir os jogos. Os argentinos costumam falar em "la pausa" para definir momentos em que os craques e enganches tiram a velocidade do jogo e cadenciam partidas normalmente marcadas pela alta velocidade de jogadores menos talentosos. Vou me apropriar aqui:

La pausa dos jogos me permitiu ver la pausa de Messi e outros!








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