quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Dudzicopa 13 - Controle e insegurança

O décimo segundo dia de Copa do Mundo me fez pensar em ordem e caos e em controle e descontrole. Pela primeira vez não consegui ver todos os jogos do dia antes de vir aqui escrever... Isso se deve aos compromissos da vida real. Nesses dias estava vendo dois jogos ao mesmo tempo e depois voltava para rever pontos que ficaram meio nebulosos para mim. Hoje, no entanto, não consegui nem ver nada de Marrocos e Canadá e de Alemanha e Costa Rica. 

De um lado é uma justificativa para que o tema de hoje verse sobre Bélgica e Croácia e Espanha e Japão, mas de outro me parece que também é um pano de fundo para a discussão de controle e descontrole. 

Eu sou uma dessas pessoas que adora controlar e tentar controlar tudo. Hoje eu não consegui manter as coisas no controle. Foi mais do que eu pude administrar e por isso não arranjei tempo para ver os jogos. 

Vocês já devem saber, mas no fundo quem quer muito controle sobre as coisas, na verdade tem muita insegurança com tudo. É meu caso.

E acho que é o caso da Espanha também! 



Pois é. Está lá tudo sob controle. O modelo de jogo é baseado na troca de passes para se manter juntos, com a bola e evitar que o adversário tenha a bola. A execução é perfeita contra o Japão. O gol foi feito e nenhum adversário sequer chegou perto do goleiro.

O resultado está construído. Agora é só seguir fazendo o que estava sendo feito. Controlando...  Sabendo exatamente o que vai acontecer aqui e ali. Sabendo que não import....EI! EI! PERAÊ! COMO ASSIM ELES VIERAM APERTAR A GENTE AQUI? 

*GOL DE RITSU DOAN*

Que coisa! Não podemos nos descuidar. Precisamos de novo control.... NÃO! NÃO! SAIU! SAIU A BOLA! SAIU! 

*GOL DE TANAKA*

E assim a Espanha tomou 2 gols em 5 minutos. As coisas saíram um pouco do script e a nave foi de bico, como dizia meu guru Eduardo Vetorazzo Barbosa, o Belezinha. E pra voltar? Não volta mais... 

Utilizando essa comparação com a minha pessoa e projetando os meus medos para essa analogia, tendo a dizer que no fundo o estilo de jogo da Espanha não é de controle absoluto e  sim de insegurança absurda. Esse time não sabe o que fazer se não estiver com as rédeas da situação. O goleiro inclusive joga porque é bom com os pés e não pode receber uma finalização a gol porque não é bom para isso. Esse time da Espanha não sobrevive no caos. Nem mesmo por 5 minutinhos... E como é bom para gerar caos o Japão hein? Doan, Mitoma, Junya Ito e a bagunça está feita! Que ironia aos estereótipos!


Sobre Bélgica e Croácia... A Bélgica nessa Copa do Mundo foi tão ruim e intragável que eu até diria que ela é a versão de baixo orçamento da Espanha. Um time que tenta controle por meio de ataques posicionais e toque de bola, mas que na prática só sabe distanciar seus jogadores, sem saber os movimentos e como fazer a bola chegar nas posições para desequilibrar o adversário e consequentemente vencer jogos. É uma total inversão daquele time de 2018, que era rápido nas transições, bom na bola parada e que tinha argumentos tanto para dinamizar, quanto para acalmar uma partida de futebol.

Os gols que Lukaku perdeu hoje foram símbolo desse momento terrível da Bélgica. Nada a ver com 2018... E olha que o centroavante ainda gerou algo que Mertens sequer conseguiu: um pouquinho de caos e desequilíbrio para tentar ganhar. 

A Bélgica fica e a Croácia avança! A Croácia do tempo e do ritmo de seus três meiocampistas: Kovacic, Brozovic e Modric. Qualquer ideia de seguir adiante no Mundial precisa passar por esses três e o controle que eles têm do tempo e dos espaços no jogo. Falta um pouco de poder de fogo na frente e, Gvardiol à parte, há dúvidas sobre a defesa, mas me parece um time redondo dentro das suas possibilidades. Acho que na situação da Espanha hoje a Croácia se sairia melhor... Mas isso é só chute. 

Deixa eu ir que o gato está miando e eu não estou conseguindo controlá-lo! 






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