quarta-feira, 20 de junho de 2012

Universidad de Chile busca seu maior feito


A Universidad de Chile entra logo mais no gramado do Estadio Nacional, em Santiago, buscando o maior feito da Era Sampaoli. Maior feito do ponto de vista simbólico - a chegada à decisão da Libertadores da América - e do ponto de vista pragmático, uma vez que terá que reverter um 2 a 0 sofrido para o Boca em La Bombonera. Nem a vitória sobre a LDU na altitude de Quito em uma decisão de Sul-Americana, nem o triunfo por 6 a 0 sobre o Deportivo Quito quando a equipe precisava de três gols... Nenhuma dessas façanhas irá se comparar ao que La U aspira para esta quinta-feira. 

Para alcançar esta meta, Jorge Sampaoli está até mesmo disposto a abdicar do seu tradicional esquema tático para uma formação mais equilibrada. Com as ausências de Lorenzetti e Acevedo por contusão, o treinador argentino anunciou que mandará à campo o atacante Francisco Castro e o meiocampista Guillermo Marino. Mais do que escolher substitutos, a opção do comandante dos azules é tática. Na Argentina, La U sofreu demais com as descidas de Riquelme e a constante flutuação de Mouche pelos cantos do campo. A linha de três zagueiros em nenhum momento conseguiu se antecipar aos avanços do Boca, enquanto o meio de campo com dois homens - Aránguiz e Díaz - ficou perdido em meio aos recuos do 10 xeneize e avanços de Erviti e dos laterais. 



Após o segundo gol do Boca, Sampaoli mandou Paulo Magalhaes a campo no lugar de Mathías Rodríguez, que fez péssima jornada. Com uma linha de quatro defensores La U melhorou a marcação, mas pouco criou. Muito também porque nenhuma das peças azules rendeu o que se esperava. Os erros de passe foram muitos e as tradicionais marcação sob pressão e intensidade no ataque passaram longe da partida... 


Embora não tenha anunciado como a equipe vai jogar nesta quinta, é possível imaginar La U em um 4-3-3 variável para 4-2-3-1, como mostra a figura abaixo: 



Esse esquema foi utilizado contra o Deportivo Quito também em Santiago e rendeu frutos à equipe, como ficou nítido pelo placar de 3 a 0 conseguido ainda no primeiro tempo. De maneira alguma é possível esperar esse resultado contra o Boca, mas a linha de quatro atrás deverá dar mais segurança defensiva à equipe chilena, uma vez que sempre haverá um defensor na sobra para bater com o trio Riquelme, Mouche, Silva. Com a bola, Rodríguez e Mena devem avançar de maneira alternada, acionando Marcelo Díaz e contando com a movimentação intensa de Castro, Henríquez e Fernandes no ataque. Vale atentar para a tentativa de La U de jogar pelos lados do campo... Na Bombonera essa forma não deu certo em nenhum momento, mas o desenho tático favorece disputas 2x1 nas laterais. Eventualmente, La U pode ainda partir para um 3-4-3 ou 3-3-4 suicida, com as subidas de Rodríguez ou Mena para uma ou duas linhas "acima". 



Ao Boca resta apostar nos contra-ataques. La U dá muito espaço quando não tem a bola e o fato de atacar sempre com seis ou sete jogadores poderá ser uma grande vantagem para a equipe xeneize. O desfalque de Insaurralde na zaga será sentido, mas a volta de Clemente Rodríguez à lateral esquerda deverá manter a segurança defensiva. 

Será um jogão de bola. La U vai atacar. O Boca vai contra-atacar. A vantagem é argentina, mas ninguém pode duvidar desta Universidad de Chile. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário