sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Dudzicopa 21 - O jogo dos contrastes

O vigésimo dia da Copa do Mundo foi de tirar o fôlego. No fim só consigo pensar nos antônimos. No inverso. Nas contradições. No +1 e no -1. Luz e sombra. Há muitas maneiras de vencer no futebol e às vezes as duas aparecem num mesmo jogo... 

Por exemplo, o Brasil da posse de bola, do perde e pressiona e dos pontas que desequilibram, não teve nem posse, nem pressão e nem pontas no primeiro tempo contra a Croácia, que com passes lentos e marcação forte viu Modric se vestir de Zidane 2006 para controlar a equipe brasileira. 


No segundo tempo o Brasil preparado, confiante e ofensivo apareceu, mas Neymar e Paquetá pararam no goleiro do Dínamo Zagreb, Livakovic. Vai entender! 

A Croácia tratava de não perder e tentou com um centroavante que mal dominava a bola ter um pouco mais de presença ofensiva. O futebol é tão matreiro que o centroavante que não conseguia dominar uma bola deu uma caneta no defensor brasileiro e serviu um companheiro que quase fez. Tudo isso para na sequência o Brasil do ataque posicional aproximar jogadores e fazer uma tabela a la 82 para abrir o placar no Lusail.

Daí pra frente era só administrar o jogo, algo muito corriqueiro para esse time do Brasil. Tão corriqueiro que os próprios jogadores devem ter acreditado que a vitória viria sem tantos esforços até o fim do jogo. Afinal, a Croácia estava em frangalhos fisicamente e o goleiro Alisson não tinha feito sequer uma defesa em 117 minutos. Dava até pro Fred ir dar combate na linha de fundo, pro Danilo correr pra trás, pra três jogadores ficarem à frente da bola e pra Casemiro pensar nas semifinais e não fazer a falta em Zinedine Modric, certo? 

E o destino que mandou a bola no pé do Petkovic, que não conseguia dominar uma bola antes? Justo o croata com nome de ídolo rubro-negro no jogo em que já estavam malhando o treinador por tirar um ex-flamenguista? 

Pois é. Fomos para os pênaltis e na marca da cal o prodígio do Real Madrid e o capitão do PSG pararam no goleiro do Dínamo Zagreb, enquanto o meia-atacante do mesmo time, o ponta do Rennes e o 10 do Torino venceram o goleiro do Liverpool. Ah sim! Zinedine Modric também fez o dele. 

E assim o Brasil está fora da Copa.

Mal nos recuperamos dessa aula dos antônimos, surpresas e histórias e Argentina e Holanda começaram a disputar outra vaga nas semifinais. Em um jogo de encaixes individuais de marcação, a genialidade de Messi decidiu. E no mesmo jogo o cruzamento pra dois grandões decidiu também! Fora a falta ensaiada com bola no chão pra um cara de 2 metros de altura aos 50 do segundo tempo! 

Expliquem essa aí! 
Expliquem Dibu Martínez pegando dois pênaltis do jeito que foi. 

Expliquem a Scaloneta e seu descontrole a favor e contra estar nas semifinais e o Brasil do PROCESSO, meritocracia e organização estar fora!

Expliquem e depois me contem se falei bobagem! Ou só a segunda parte...

Vou dormir! 


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