segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Dicionário tático do futebol brasileiro!


A trigésima primeira rodada do Campeonato Brasileiro de 2016 terminou cheia de emoções, tal qual preconiza o futebol daqui! 

Além de gols, dribles e cruzamentos, tivemos mais uma jornada pródiga em decisões questionáveis da arbitragem, elevando consideravelmente a imprevisibilidade da competição deste ano. Os dirigentes também passaram a se destacar mais nessa rodada, ao decidirem vestir a camisa e colocar a bola e o regulamento debaixo do braço! 

Tem gente que reclama, mas esses são contrários ao que faz o nosso futebol único! 

Já passou da hora de aceitarmos que somos o país do futebol por causa do charme das nossas competições, dirigentes e times. Faz parte da nossa tradição! 

Criticar uma decisão de campeonato emocionante como essa seria o mesmo que ir contra o o grito de raça, o xingamento no tiro de meta, a desculpa do cansaço da maratona de jogos e o pedido de pênalti em qualquer bola que bata acima da cintura do defensor! Ou seja...Tentativas absurdas de acabar com nossos diferenciais e tradições! 

Enfim... Preocupado com tudo isso, decidi deixar a minha contribuição para que sejamos capazes de manter o alto nível do debate. Assim, compilei aqui uma espécie de dicionário de tática do futebol brasileiro: 



Amplitude: É a classificação dos muitos motivos que levam a um fracasso de gestão ou a um resultado não esperado no futebol brasileiro.  Ex: "É muito complicado fazer futebol no Brasil. O calendário é ruim, a qualidade técnica do jogador é baixa, há as convocações para a seleção, o gramado é um pasto...."

Análise de desempenho: É a discussão sobre a performance do time, o trabalho do treinador e de outros profissionais. Ex: Ganhou? Bom! Perdeu? Ruim.
 
Jogar nas entrelinhas: Trata-se do ato de falar sem dizer - e principalmente sem provar - que o campeonato está armado ou que só um time está sendo prejudicado. 

Jogo apoiado: É o movimento de vender uma imagem simpática e de competência para a imprensa e torcida. Mediante a aprovação e empatia do público-alvo, haverá quase sempre o apoio para que qualquer decisão, por mais absurda que seja, passe a ser razoável e correta.

Pressão: É o movimento de insinuar publicamente que os árbitros não estão preparados para determinado jogo, ou relembrar que seu clube foi prejudicado na rodada passada. A pressão pode variar em:

a) Pressão média: quando o dirigente aparece para dar coletiva ao lado de um jogador ou treinador, mesmo sem ter assunto para tratar.

b) Pressão alta: quando o dirigente convoca uma coletiva de imprensa para falar mal da arbitragem e insinuar manipulação no campeonato.  

Profundidade: É algo a ser evitado a todo custo quando o assunto for futebol. Apenas debates e temas rasos devem ter tempo na televisão ou no boteco. 

Transição: É um momento específico do clube que dura 38 rodadas no campeonato nacional. Os times estão sempre em transição de algo para outra coisa, sem no entanto chegar a lugar nenhum. Trata-se de um expediente muito útil para justificar derrotas ou trabalhos aquém do esperado.


Triangulação: Diz-se da troca de declarações entre três partes. Normalmente ela se dá com o dirigente opositor ligando para um jornalista para plantar uma notícia falsa a fim de desestabilizar quem está no poder. O jornalista então não checa a informação e divulga para o público, que é o vértice final do triângulo e que pode pressionar o mandatário vigente. 

Verticalidade: É a relação do presidente do clube com os demais setores da agremiação, mesmo que o mandatário não tenha experiência ou conhecimento para tomar decisões em outras áreas. Ex: Ao demitir o treinador que teve três resultados ruins o presidente diz: "Essa diretoria peca pela ação e não pela omissão". 

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